A beleza onírica de "Nosferatu"
Novo filme de Robert Eggers ressuscita o vampiro clássico com obsessão histórica e filha de Johnny Depp como protagonista.
A relação de Robert Eggers, um dos diretores de horror mais celebrados da nova geração, com “Nosferatu” é mais profunda que podemos imaginar.
Aos nove anos, o pequeno Bobby viu uma foto do ator Max Schreck caracterizado como o vampiresco Conde Orlok no clássico de 1922 dirigido por F. W. Murnau. Ele ficou obcecado e fez a mãe rodar por algumas cidades do estado de New Hampshire para encontrar uma fita VHS do filme expressionista alemão.
Com 17 anos, Eggers adaptou “Nosferatu” para o teatro da escola. Ao lado de uma amiga, ele teve a ideia de criar cenários todos em preto e branco, além de usar maquiagem para passar a ideia de um mundo sem cores em cima do palco. A ousadia rendeu um convite do teatro local para apresentações profissionais da peça.
“Isso mudou minha vida. Foi quando descobri que queria ser diretor e contar histórias”, conta Eggers em entrevista à imprensa internacional.
23 anos depois, Robert Eggers virou cineasta. E dos bons.
Apareceu para o mundo em “A Bruxa” (2015), que teve coprodução da brasileira RT Features e revelou a atriz Anya Taylor-Joy. Em seguida, se enfurnou no claustrofóbico “O Farol” (2019) com Robert Pattinson e Willem Dafoe duelando em paranoias isolacionistas. Em 2022, Eggers ampliou seus horizontes no épico de vingança viking “O Homem do Norte”.
Agora, ele finalmente realiza seu sonho de criança ao reviver “Nosferatu” (oficialmente) nos cinemas com uma adaptação fiel ao original germânico, mas com a obsessão histórica dos seus outros trabalhos.