Desafiador do Desconhecido

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A morte é só o começo

A morte é só o começo

Dois novos filmes de terror subvertem o gênero, enquanto uma série inédita de crime real vira o assunto na Inglaterra.

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Rodrigo Salem
Jun 21, 2024
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A morte é só o começo
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Doze anos atrás, entrevistei o filho do cineasta Andrei Tarkóvski por ocasião de uma exposição das polaroides do pai em São Paulo. Se você não é familiarizado com a obra do russo, ela é caracterizada por planos longos e contemplativos.

"O tempo do cinema moderno não é o tempo dos homens. É uma grande distração das verdadeiras questões que temos sobre fé e sobre nossas vidas", me disse “Andrei Jr.”.

A única coisa curta a respeito de Andrei Tarkóvski foi sua vida. Ele morreu em 1986 com apenas 54 anos. Mas seu legado é gigantesco. E cada vez mais distante diante de gerações que crescem injetando vídeos curtíssimos em suas retinas.

Ironicamente, o movimento do “slow cinema”, que volta e meia vira (com razão) sinônimo de paciência e cabecismo, ramifica também pelo cinema pop.

Neste caminho, gera pequenas pérolas que subvertem os próprios gêneros.

Neste mês, os cinemas norte-americanos receberam dois exemplares do cinema de horror que bebem do sangue e da morte para virar estes temas de cabeça para baixo e voltar um pouco às origens dos longas-metragens.

Filmes que vão contra à agilidade frenética moderna do gênero, mas passam longe do experimentalismo de um “Skinamarink”.

Um meio-termo que aponta caminhos interessantes não apenas para o terror, mas para o próprio cinema.

Ambos lidam com a morte e suas consequências, mas no ritmo que desejam.

O par de filmes você conhece ao lado da série de crime real que também fala sobre morte e virou a mania na Inglaterra recentemente.

Ei, não ache o assunto assustador ou deprimente. Como me falou o músico Moby, numa ótima entrevista que publiquei na “Folha de S. Paulo”, semana passada: “Estranho que a humanidade faz tudo em seu poder para não pensar nisso, mas a morte é um fato. Achamos que a podemos conquistá-la ao ignorar tudo isso”.

Ou, como a Morte, de Neil Gaiman, resumiu: “A vida, e creio que não seja a primeira a fazer esta comparação, é uma doença sexualmente transmissível e invariavelmente fatal”.

É apenas o começo.

Para a morte e para a newsletter de hoje.

Vamos lá.

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