As 10 lições que aprendemos com os indicados ao Emmy 2025
Maior prêmio da TV anuncia seus concorrentes e confirma favoritismo de "Ruptura", "Adolescência" e "O Estúdio".
Nenhuma aposta fora do radar
O anúncio desta terça-feira (15) confirmou a tendência da premiação em passar longe de lançar séries fora do radar, como acontecia no passado -oi, “Arrested Development”, estou falando contigo. Tirando as novidades já esperadas entre as favoritas (“The Pitt”, “O Estúdio”, “Adolescência”), os eleitores dividiram seus votos entre os rostos conhecidos de sempre, como “Abbott Elementary”, “Hacks”, "The White Lotus” ou “O Urso”.
Vamos ver como a festa termina em 14 de setembro.
A Apple não é mais o patinho feio do streaming
Apenas no seu sexto ano competindo por um Emmy, o Apple TV+, serviço de streaming da trilionária empresa de tecnologia, consolida de vez sua presença entre os grandes da premiação. Os novatos da turma conseguiram incríveis 81 indicações no total, a maior parte gerada por “Ruptura” (27) e “O Estúdio” (23), ambas dominantes nas categorias principais de Melhor Série Dramática e Melhor Série Cômica.
HBO continua sendo o time a ser batido
Apesar de toda a bagunça nos altos escalões da Warner Bros. Discovery, a HBO (Max, HBO Max?) bateu seu recorde de indicações com 142 lembranças em todas as categorias, um recorde da empresa. Ainda ficou longe das 160 indicações da Netflix em 2020, mas pelo menos ela viu a concorrente descer para 120 indicações. O interessante é que a fonte da salvação veio de séries pouco hypadas quando lançadas, caso de “Pinguim” e “The Pitt”, e de programas “antigos” como “The Last of Us”, “The White Lotus” e “Hacks”. Impressionante como o barco da qualidade da HBO nunca vira, mesmo em águas turbulentas ou sem “Game of Thrones” na jogada.
Alento na dor
Duas séries recentemente canceladas tiveram um momento de alegria no anúncio dos indicados. “Assassinato na Casa Branca”, limada pela Netflix na primeira temporada, teve Uzo Aduba lembrada na categoria de Melhor Atriz de Série Cômica. Já Jeff Hiller foi merecidamente lembrado como Ator Coadjuvante de Série Cômica pela esquisita e engraçada “Somebody Somewhere”, finalizada pela HBO no terceiro ano.
Quer um Emmy? Seja famoso e se interprete!
“O Estúdio” é bacaninha e caiu nas graças de Hollywood, que adora histórias sobre ela mesma. Mas a Apple pode agradecer aos eleitores pela profusão de indicações a seus atores convidados. Dos seis indicados em comédia, cinco são da série de Seth Rogen: Bryan Cranston, Dave Franco, Ron Howard, Anthony Mackie e
Martin Scorsese -o intruso da lista é Jon Bernthal, por “O Urso”.
O veterano cineasta de “Taxi Driver” e “Touro Indomável” teria até se emocionado com a honraria. Pelo menos é o que a filha dele, Francesca, dá a entender no seu Stories do Instagram. Como ela está rindo, talvez seja brincadeira:
Não quer um Emmy? Trabalhe para Taylor Sheridan
Um dos nomes mais poderosos da televisão norte-americana, o homem que tem seis séries qualificadas para o Emmy e criador do fenômeno “Yellowstone” e do sucesso “Landman”, Taylor Sheridan não consegue vencer o preconceito dos eleitores da Academia. Nenhuma das suas criações foi indicada aos prêmios principais, só com “Lioness” e “Tulsa King” lembradas em Melhor Trabalho de Dublês, e “1923” mencionada em Melhor Direção de Arte e Figurino. Isso com atores como Harrison Ford, Helen Mirren, Billy Bob Thornton, Zoe Saldaña e Jeremy Renner encabeçando suas séries. Qual a razão? Ninguém sabe ao certo. Muitos apostam no tom mais novelesco que não combina com a TV atual. Outros no fato de Sheridan não querer se misturar com seus pares em Hollywood, morando no Texas e não participando de nenhuma campanha promocional. Bem, ele não está reclamando.
Fica a dica, James Gunn
Enquanto Matt Reeves sofre para entregar o roteiro de “Batman 2”, “Pinguim”, a série que o diretor produz e é baseada no vilão do seu “Batman”, recebeu 24 indicações ao Emmy, inclusive Melhor Minissérie, Ator (Colin Farrell), Atriz (Cristin Milioti), Roteiro e Direção. Quase que a obra comandada pela showrunner Lauren LeFranc bate o recorde de maior número de indicações de uma série baseada em HQ de herói, que ainda é de “Watchmen”, com 26 lembranças -ficou na frente de “WandaVision”, que teve 21.
Fãs, mas nem tanto
Explicar como “Andor” foi indicada para 14 categorias, inclusive Melhor Série Dramática, Direção e Roteiro, mas foi esquecida na área de interpretação, será complicado. Vamos fingir que Diego Luna, Genevieve O’Reilly ou Adria Arjona não foram capazes de chamar a atenção dos votantes. Ok, cada um tem suas razões. Mas não indicar Stellan Skarsgård e seu Luthen, talvez o personagem mais interessante de toda a saga “Star Wars” e dono dos discursos mais intensos da série, deveria ser um crime inafiançável.
A primeira vez, você nunca esquece
Harrison Ford nunca tinha sido indicado a um Emmy. Isso terminou. O astro do cinema, agora se divertindo na TV, foi lembrado pelo seu papel em “Falando a Real”, do Apple TV+. Colin Farrell, como falei acima, também perdeu a virgindade da premiação por “Pinguim”, assim como Cristin Milioti. Javier Bardem e Chloë Sevigny também foram indicados pela primeira vez por “Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais”, da Netflix. Mas o bacana mesmo vai ser a disputa de Melhor Ator Coadjuvante de Série Dramática entre os estreantes Tramell Tillman e Zach Cherry, de “Ruptura”.
Brasil de fora
Wagner Moura, que estava levemente cotado para uma indicação em Melhor Ator Coadjuvante de Minissérie por “Ladrões de Drogas” e viria fresquinho depois do prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes por “O Agente Secreto”, não foi lembrado pela Academia de Televisão. A única indicação da série foi para Brian Tyree Henry como Melhor Ator de Minissérie. Beleza, que venha o Oscar. ;)
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