"Barbie" vs. "Oppenheimer". Alguém tem de vencer!
A disputa entre os dois filmes mostra como a irracionalidade do futebol está dominando a cultura pop.
Qualquer grande clássico do futebol com relativa importância é um barril de pólvora.
Dificilmente passamos um ano sem ouvir notícias sobre pessoas mortas, torcedores feridos, confusões entre organizadas, jogadores ameaçados de morte, invasões ilegais e pancadarias generalizadas.
Isso em qualquer parte do mundo, não apenas no Brasil.
O futebol é um reflexo da sociedade, não um mundo a parte dela, como acreditam certas entidades.
É uma forma de desabafo. É uma forma de escape da realidade. É uma forma de aceitação. É uma forma de fazermos parte de algo maior que nós mesmos. Quando você coloca uma camisa com as cores do seu time e está no estádio entre seus pares, você ganha um certo propósito.
Para alguns, um propósito de vida, já que fora daquele disco terrestre, o mundo pode ser bem cinzento e frustrante.
Essa cultura hooliganista não é nova. Não estou escrevendo nenhuma novidade.
Mas ela avança em outros setores da sociedade com a mesma volúpia de uma grande turma violenta quando encontra dois solitários torcedores adversários na rua.
Isso já destruiu a política, dominou e se espalhou pelas redes sociais online e, infelizmente, parece cada vez mais se infiltrar na cultura pop.
Tomou maior forma entre os gamers com o advento das novas gerações de consoles, mais interativas. Competição deu lugar a obsessão e ódio.
Mas rende muita grana.
E se espalhou.
Nada pode ter sucesso sem um arqui-inimigo derrotado.
Beyoncé não pode cantar sem atrair mais pessoas para seus shows que Taylor Swift.
“Os Anéis do Poder” precisa ser pior que “A Casa do Dragão”.
James Gunn precisa fracassar para termos razão sobre Zack Snyder.
E, claro, “Barbie” e “Oppenheimer” não podem estrear no mesmo dia nos cinemas sem alguém pagar o pato.
Se você não está comigo, está contra mim.
A abertura simultânea dos filmes de Greta Gerwig e Christopher Nolan virou um evento pop difícil de se produzir nos cinemas -uma mídia pouco interativa e de difícil engajamento.
Os estúdios não reclamaram. Os exibidores adoraram. Nós, da mídia, exploramos o fato até ficar chato como uma piada contada repetidamente. O público escolheu lados.
Todos errados.
Nesta mentalidade, é preciso ter um vencedor no clássico entre “Barbie” e “Oppenheimer”.
Já que é assim, vamos mergulhar de vez nesta insanidade.
Vamos ver quem ganha essa partida que decidirá o futuro dos estúdios na Copa Bilheteria Mundial 2023 e a classificação para as semifinais do Oscar 2024, em Los Angeles.
Haja emoção, amigos da Newsletter!