"Beetlejuice, Beetlejuice, Be..."
Michael Keaton volta energizado na sequência "Os Fantasmas Ainda Se Divertem", novamente com direção de Tim Burton.
Nesta edição:
Eu e Tim Burton.
A crítica de “Os Fantasmas Ainda Se Divertem”.
Tretas da semana.
Filme da Netflix com trio imperdível de atrizes.
Música da semana.
Eu nem pensava em escrever sobre cinema quando me apaixonei pela obra de Tim Burton.
Sua maneira de enxergar o macabro e distorcê-lo ao ponto de não perder seu espírito sombrio, mas encontrar seu lado emocional, foi um choque na adolescência regada a “Drácula”, “O Senhor dos Anéis” e H.P. Lovecraft.
“Os Fantasmas Se Divertem”, título em português que exemplifica como ninguém entendia Burton no fim dos anos 80, mostrou como alguém pode moldar um personagem sádico, maldito e demoníaco e, ao mesmo tempo, apaixonante e carismático.
Nunca escondi de ninguém que vi três sessões seguidas do seu “Batman” (1989) no dia da estreia, quando viajei para João Pessoa para poder assistir à adaptação -por alguma razão maluca, o longa não abriu em Natal na semana de estreia.
“Edward Mãos de Tesoura” destruiu e alimentou meu coração gótico aventureiro com a ideia de uma criatura eternamente fadada à solidão do seu castelo de janela para um subúrbio tedioso dos EUA.
“Ed Wood” foi o reconhecimento do seu gênio autoral. “Marte Ataca!” o meu primeiro DVD comprado.
Aos poucos, o fã começou a dar mais espaço para o profissional.
Em 2001, recém-contratado pela revista “SET”, ganhei a oportunidade de fazer minhas primeiras entrevistas fora do país -já tinha conversado com diversas celebridades internacionais trabalhando no “Diário de Pernambuco”, como Oasis, Wes Craven, Jeffrey Katzenberg e os Irmãos Farrelly, mas sempre no Brasil.
Estava retornando para Nova York, onde morei alguns meses em 1994, para entrevistar… Tim Burton (e o elenco do seu “O Planeta dos Macacos").
Foi só o começo de uma relação.
Visitei o set de filmagens de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, até hoje uma das minhas coberturas preferidas pelo fato de Burton construir seus cenários coloridos e quase surreais de maneira prática -conversar com Johnny Depp disfarçado de Wonka na frente da fábrica é outra história.