Brasil estará no Oscar 2025
"Ainda Estou Aqui", primeiro drama de Walter Salles em 12 anos, tem todos os ingredientes para estar na festa da Academia.
Cinco razões para cravar “Ainda Estou Aqui” no Oscar 2025.
Mais Oscar: filme secreto que o governo iraniano queria esconder.
Mais mais Oscar: animação mais linda do ano pode estragar festa norte-americana.
Será Oscar? Vamos tankar Andrew Garfield e Florence Pugh.
Não terá Oscar, mas quem precisa? Pequeno filme de horror faz história.
Prêmio errado: Música da semana
Antes de morar em Los Angeles, eu menosprezava quem ressaltava a importância da cidade na trajetória de um longa-metragem na corrida por indicações ao Oscar. Achava que não passava de papo-furado.
Após morar mais de dez anos na cidade, percebi o quão estava enganado.
Los Angeles não apenas respira Oscar nos últimos três meses do ano. Ela basicamente vira o Oscar.
São sessões para votantes das premiações praticamente todas as noites, dando um respiro apenas durante a semana do Dia de Ação de Graças, talvez o feriado mais importante dos EUA.
Nenhum filme chega favorito ao Oscar sem passar pelo aval de Los Angeles.
Não estou brincando.
Carreiras se constroem a partir da campanha local dos filmes. Alguns chegam fortes e consolidam seu hype, como “Parasita”, “Triângulo da Tristeza” e “Anatomia de uma Queda”, para citar mais recentes. Outros são “desmascarados” e não sobrevivem ao julgamento da cidade, caso de “Titane”, “Dheepan” e “O Acontecimento”.
Nesta sessões para votantes, atores, produtores e diretores precisam comparecer para pequenas entrevistas moderadas pós-exibição. É uma ação necessária para atrair quem importa para certas salas particulares. Quanto mais “star power”, melhor. Tanto que, além dos envolvidos nas produções, certas campanhas convidam mais celebridades para apresentar os filmes, comandar o papo depois dos créditos e fazer figuração nas recepções.
Por exemplo, fui na sessão de “Guerra Civil” para votantes com Wagner Moura e Kirsten Dunst presentes, mas trouxeram Rashida Jones para apresentar o longa. E “Tàr”, ano passado, que teve o elenco inteiro entrevistado pelo escritor Jonathan Franzen? Na última terça, foi a vez de Jason Bateman servir de cicerone para “The Order”, mesmo com Jude Law, Nicholas Hoult e Jurnee Smollett no recinto. Na próxima segunda, a vez de lembrarmos de “Duna 2” com uma sessão do filme com Denis Villeneuve e Josh Brolin.
E por aí vai. Quando escolho uma sessão para ir, estou certamente perdendo outra.
A máquina não para.
Dependendo do termômetro de Los Angeles e do dinheiro investido nas campanhas, ela fica mais lenta ou acelera.
E chegou a vez de “Ainda Estou Aqui”, primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos e representante do Brasil na disputa por uma vaga entre os cinco melhores filmes internacionais do Oscar 2025.
Estreia em 7 de novembro nos cinemas brasileiros.
Vi o filme na semana passada aqui em Los Angeles e, ao contrário dos últimos anos, aposto (nenhuma bet patrocinou este post) que o Brasil estará de volta ao Oscar de Melhor Filme Internacional.
E dou cinco razões para isso: