Cidadão de bem ou psicopata?
Filmes escandinavos para o Oscar mostram como uma sociedade repressora e o fanatismo podem nutrir assassinos em série.
Um fenômeno inusitado acontece no cinema escandinavo.
Os filmes que representam Dinamarca e Suécia na corrida por uma vaga ao Oscar não são ambientados em seus países de origem, mas no Oriente Médio.
E ambos lidam com a influência poderosa da religião na corrupção governamental de maneira original e corajosa -algo só possível por serem dirigidos por cineastas de origem árabe, mas cidadãos escandinavos ou com residência na Europa.
Isso tanto é verdade que nenhum pode ser filmado no cenário em que retratam: o Egito do sueco “Boy From Heaven” tomou a Turquia como base, enquanto o Irã do dinamarquês “Holy Spider” foi rodado na Jordânia.
Por quê?
Porque os dois longas lidam com assuntos considerados controversos demais e até hereges para autoridades radicais.
Aqui não é cinema intelectual com metáforas poéticas sobre repressão à liberdade civil com balões ou sapatos.
Os dois filmes são barra-pesada, barris de pólvora que podem chegar à noite do Oscar.
E um deles tem uma das histórias de bastidores mais fascinantes dos últimos anos.
Vamos lá…