Como "Ainda Estou Aqui" pode levar o Oscar para o Brasil
Longa de Walter Salles foi indicado em três categorias, inclusive Melhor Filme e Atriz para Fernanda Torres. O que a produção tem de fazer para levar uma estatueta?
Quem acompanha a newsletter, sabe que sempre achei difícil “Ainda Estou Aqui” receber outras indicações ao Oscar 2025 além da esperada em Filme Internacional.
Mas o fenômeno dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello fez uma campanha memorável e passou por cima do meu lado pessimista: o longa brasileiro foi indicado a TRÊS OSCAR, inclusive de Melhor Filme e Melhor Atriz para Torres.
Inflamado pela torcida, eu achava que “Ainda Estou Aqui” teria sido o primeiro longa brasileiro indicado ao Oscar de Melhor Filme. Mas me esqueci de “O Beijo da Mulher-Aranha”, de Héctor Babenco, que, apesar de ter um elenco internacional e ser falado na grande maioria em inglês, tecnicamente pode ser considerado um filme brasileiro com coprodução norte-americana. Foi indicado a quatro Oscar: Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado e Ator para William Hurt, que terminou vencendo a noite, em 1986.
Curiosidade, Fernando Torres, pai de Fernanda Torres e marido de Fernanda Montenegro está no elenco. Fica a dica da família para quem deseja um Oscar…
“Cidade de Deus” também foi indicado a quatro Oscar, mas de Roteiro Adaptado, Montagem, Fotografia e Direção para Fernando Meirelles.
Obviamente que “Ainda Estou Aqui” é todo falado em português e tem equipe e elencos brasileiros, mas seria injusto dizer que “O Beijo da Mulher-Aranha” não conta, já que o filme de Salles tem coprodução francesa.
Essas tecnicalidades não importam.
O Brasil está de volta às categorias principais do Oscar com uma produção de sucesso de bilheteria no Brasil e no exterior, após anos tenebrosos para a indústria local.
A primeira etapa da corrida foi vencida. E com uma boa vantagem.
Mas o que “Ainda Estou Aqui” pode fazer para trazer o Oscar inédito para o Brasil?
Vamos lá.