"Guardiões da Galáxia: Volume 3" é boa notícia para a Marvel. E ótima notícia para a DC.
Último filme de James Gunn antes de assumir o comando do DC Studios entrega pistas sobre o futuro da concorrência.
Nesta edição:
“Guardiões da Galáxia: Volume 3”
Um Peter Pan para os novos tempos.
A volta de uma das melhores adaptações de HQ
Música da semana
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Assim como diversos cineastas de renome, James Gunn nasceu nas entranhas do cinemão de terror trash.
Mais precisamente dentro da Troma Entertainment, produtora especializada em longas de baixíssimo orçamento fundada por Lloyd Kaufman e Michael Herz, em 1974.
Ela ficou conhecida nos anos 80 por causa da série de filmes “The Toxic Avenger”, protagonizada por um faxineiro de uma academia que cai no lixo tóxico e ganha poderes (e deformidades) para se vingar dos valentões que costumavam persegui-lo.
Em 1997, Gunn escreveu e ajudou a dirigir o romance podrão “Tromeo e Juliet”, adaptação subversiva da obra de William Shakespeare com direito a muito sexo, violência falsa, aberrações e sangue. Nele, o cineasta já entregava algumas coisas que o acompanhariam no futuro, como o amor pelo heavy metal (Lemmy, do Motorhead, era o narrador), a paixão pelo grotesco e até a eterna companhia do irmão, Sean, no elenco.
Gunn nunca abandonou suas predileções artísticas. Mas soube se adaptar. É como um bom jogador de meio de campo que sabe jogar em diversas funções. Escreveu comédia familiar em “Scooby-Doo”. Renovou o gênero dos zumbis com “Madrugada dos Mortos”, dirigido por, adivinhe só, Zack Snyder. Voltou ao horror grotesco na estreia na direção em “Slither”. E colocou o nome na mesa para um filme de heróis com o satírico “Super”.
Em 2012, quando a Marvel o anunciou como diretor do primeiro “Guardiões da Galáxia”, muitos reviraram os olhos. Tanto pelo passado de Gunn quanto pelos personagens pouco conhecidos.
O filme não apenas foi um sucesso comercial, como estabeleceu um novo padrão narrativo (mais cômico) e visual para as aventuras espaciais do MCU.
O segundo longa perdeu o charme por causa da incorporação do grupo na trama maior que a Marvel exigia para seus personagens no cinema.
Mesmo assim, Gunn não abandonou suas ideias.
E elas se encontram todas em “Guardiões da Galáxia: Volume 3”, que estreia na próxima quinta-feira (4).
A boa notícia é que ele quebra a sequência de filmes horrorosos da Marvel nos últimos anos.
E a melhor notícia é para a DC.
O filme da MCU marca a despedida de James Gunn, que assumiu a presidência do concorrente DC Studios, onde já fez o longa “O Esquadrão Suicida” e a série “Pacificador”, e está trabalhando no seu maior desafio: “Superman: Legacy”, previsto para 2025.
O início de “Guardiões da Galáxia 3” mostra muito bem como o diretor pode tratar o maior herói dos quadrinhos no futuro.