Minha noite no Critics Choice Awards!
Piadas com os criadores de "Aranhaverso", fist bump de Harrison Ford, comida murcha e outras revelações de dentro da festa.
Neste domingo (14), foi a vez do Critics Choice Awards revelar seus premiados de 2023. A festa foi erguida no hangar Barker, dentro do pequeno e agradável aeroporto de Santa Monica, em Los Angeles.
Cerimônias de premiação me parecem um pouco saturadas nos últimos anos. Mas elas parecem seguir uma tendência que gosto de explicar comparando com o mundo dos vinhos e das cervejas artesanais: para se destacar em um cenário com tantas opções, você deseja qualquer troféu para poder usar como promoção.
Uma medalha de ouro vira importante instrumento de marketing de consumo. Façam um teste e procurem rótulos de garrafas nas prateleiras de supermercado com medalhinhas douradas ou até prateadas.
Hollywood, mais que nunca, está fragmentada com streamings, séries, filmes, documentários, vídeos musicais, relançamentos etc. Aparecer com respaldo de uma premiação, qualquer premiação, pode ser um empurrãozinho para a carreira (pessoal ou do filme).
Estou tentando fazer as pazes com tudo isso.
Sendo honesto, ajuda fazer parte do Critics Choice, obviamente. É quando posso deixar de lado o ano todo de textos críticos ou elogiosos, mas sempre isentos, para poder conversar algo diferente com um famoso que admiro ou tirar foto para as redes sociais -assim como filmes, jornalistas precisam mais que nunca de autopromoção em tempos de influencers brincalhões e caçadores de cliques fáceis.
E claro que não ia deixar a festa passar sem dividir minhas fofocas pessoais de dentro do aeroporto mais bem frequentado do fim de semana, com uma mesa ao lado de Seth Rogen e do pessoal de “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”.
Sim, “Oppenheimer”, “Barbie”, “Treta”, “The Bear” e “Succession” foram os grandes vencedores da noite.
Mas quero ir muito além da lista de prêmios, que você pode encontrar em qualquer site de entretenimento.
Se deliciem com 20 coisas que vi/fiz de dentro do Critics Choice Awards 2024, sem ordem de importância ou relevância jornalística.
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Na festa do Critics Choice Awards, como escrevi, aproveito para fazer o que normalmente evito quando entrevisto diretores e atores: tietar. O primeiro da noite foi um ator que nunca entrevistei, mas que faz parte de uma das séries mais importantes da cultura pop e que me formou como fã de ficção científica: David Duchovny, protagonista de “Arquivo X” ao lado de Gillian Anderson -que entrevistei seis, sete anos atrás. Ele estava do outro lado do salão antes do início da premiação. Fui ao seu encontro. E me apresentei de uma maneira que ele não esperava: “Oi, David. Sou fã seu, mas também traduzi seu livro para o português”. Ele ficou curioso. “Sério? Qual deles?”, perguntou. “O sobre baseball. Da relação do pai com o filho”, respondi. Não era cascata. Traduzi o ótimo “Bucky F*cking Dent”, em 2016, mas a obra nunca foi lançada no Brasil por causa da crise. Espero que a editora mude de ideia. Duchovny é um ótimo escritor.
Durante os intervalos comerciais, há uma movimentação grande dos convidados entre as mesas. Todos querendo uma selfie ou trocar algumas palavras com seus ídolos. O locutor fica anunciando quanto tempo falta para a volta da premiação, mas muitas pessoas ainda continuam fora das mesas, mesmo com a contagem regressiva.
Atrapalhei Sarah Snook de voltar para sua mesa após receber o prêmio de Melhor Atriz de Série de Drama por “Succession”. Foi mal, Shiv.
Em um intervalo comercial, me levantei para ir em outro ponto da festa. No meu retorno apressado, precisei passar pelo vão apertado que existia entre a minha mesa e a do pessoal de “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”. Phil Lord, ao lado do parceiro Chris Miller, estava com a cadeira virada para o palco,de costas para sua mesa. Ele me viu vindo na direção da passagem e não contei conversa: “Preciso passar literalmente através do Aranhaverso”. Ele gargalhou e disparou várias vezes: “Well done, well done!”