Mulheres em alta tensão
Novos suspenses investigam situações nas quais as protagonistas femininas lidam com uma cultura machista primitiva e brutal.
Nesta edição:
Mas você vai sozinha para os cafundós da Austrália?
Thriller sensual em Wall Street com final tenebroso.
Cineasta maldito domina o Museu do Oscar.
Nova ficção científica televisiva vinda da Alemanha.
Seu presente para 30 anos de “Batman - A Máscara do Fantasma”.
Música da semana.
A história é real.
Duas turistas finlandesas foram roubadas em Bali. Em vez de voltar para casa, a dupla não desiste da sua viagem dos sonhos e arruma um emprego por meio de uma destas empresas especializadas em programas “trabalhe enquanto você viaja”.
Elas são enviadas para uma cidadezinha remota composta basicamente por mineradores no outback australiano para juntar uns trocados por, no mínimo, três meses e finalmente completar o plano de conhecer a região.
Quando as garotas chegam ao bar onde devem trabalhar servindo cervejas e comida para os clientes, já notam a placa: “Hoje à noite: carne fresca”.
Ok, poderia ser um carregamento de filé para um lugar cuja cidade mais civilizada está a mais de seis horas de viagem.
Mas logo elas notam que não era isso.
Elas são a carne fresca para a plateia de homens que se reúne todas as noites para a sua diversão preferida naquele fim de mundo: encher a cara até cair.
De cara, as duas começam a ouvir piadas e desafios entre os machos para ver quem pegaria uma delas primeiro. O dono do bar ri junto e grita para as duas exigindo um serviço de primeira num muquifo de quinta categoria adornado por cobras embalsamadas.
Qualquer uma (um) choraria na situação.
Não foi diferente com as finlandesas. Mas nem isso elas podem fazer direito, já que seus aposentos ficam no andar de cima do bar, no que um dia deve ter sido um hotel, e, volta e meia, algum sujeito invade a área para tentar algo mais com uma delas -e nem sempre eles saindo voluntariamente.
Isso é apenas a ponta do iceberg do que virou o documentário “Hotel Coolgardie”, lançado em 2017, e que agora serve de base para um suspense protagonizado por Julia Garner, ótima atriz de “Ozark”, e que fez sua estreia nos festivais de verão em busca de alguma lembrança no Oscar 2024.
Será?