O caminho tortuoso de "Mad Max: Estrada da Fúria"
Novo livro traz detalhes inéditos dos bastidores de um dos melhores e mais complicados filmes dos últimos anos.
Tom Hardy é um ator que nunca consegui decifrar.
10 anos atrás, eu o entrevistei pela primeira vez numa mesa-redonda durante o Festival de Cannes, onde ele lançava “Os Infratores”, de John Hillcoat, como parte da Mostra Competitiva.
Hardy trazia consigo uma pequena lanterna de mão. Do nada, ele começou a apontar o troço na direção dos olhos de todos os repórteres. Quando perguntei que diabos ele estava fazendo, o ator respondeu: “Estou procurando a verdade”. Sentou-se, tirou um gravador do bolso e começou a gravar a entrevista num clima de paranoia extrema.
Quando o questionei sobre sua participação em “Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, ele se recusou a respondeu, já que “não estava ali para isso”. Ok, direito dele.
Corte para três anos depois e reencontrei Tom Hardy novamente em Cannes, agora numa das cabanas do reservado e luxuosíssimo Hotel du Cap, local mais distante só usado pelas maiores estrelas do festival para ficarem afastados do público que lota a croisette.
E adivinhem o que aconteceu? Foi uma das entrevistas mais bacanas que fiz em 2015. O ator estava bem-humorado, falante e respondendo qualquer pergunta sem a menor restrição.
Parecia outra pessoa.
Lá perto, separada em outra cabana, estava Charlize Theron.
Os dois estavam ali para falar sobre “Mad Max: Estrada da Fúria”, de George Miller, que sairia em poucos dias nos cinemas de vários países.
E Charlize Theron teve uma impressão ainda PIOR de Tom Hardy.