"O Conde" transforma Pinochet em vampiro decadente
Ex-ditador chileno busca a morte após 250 anos nesta sátira política de Pablo Larraín para a Netflix.
Nesta edição:
O “Dark Universe” de Pablo Larraín.
A podridão descoberta no “Rotten Tomatoes”.
Minissérie desvenda importância das mulheres no hip-hop.
Nova série de fantasia da Apple.
Música da semana.
O diretor chileno Pablo Larraín ficou famoso por sua trilogia involuntária (?) ambientada nos anos de chumbo do governo ditatorial do general Augusto Pinochet, que governou o Chile durante quase 20 anos depois do golpe de estado de 1973.
Era uma obsessão justa. O fantasma de Pinochet nunca deixou de assombrar o país.
Mas Larraín sempre achava uma maneira esperta para lidar com sua obsessão.
Em “Tony Manero” (2008), ele criou um thriller psicológico sobre um sujeito perturbado que, no fim dos anos 70, sonhava em ser o personagem dançarino de John Travolta em “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977).
Em “Post Mortem” (2010), o diretor foi menos discreto, escrevendo uma estranha história de amor e tragédia durante o golpe militar que derrubou Salvador Allende.
“No” (2012), seu longa mais conhecido, encerraria a trilogia de forma mais direta, focando na equipe de marketing que trabalhou na campanha do plebiscito de 1988 que determinaria se Pinochet ficaria no poder por mais oito anos.
Mas o fantasma de Pinochet voltou a assombrar Larraín.
Fantasma, não. Vampiro.