"O Urso" acerta ao sair da cozinha na esperada segunda temporada
Série retorna expandindo horizontes e personagens, mas Star+ atrasa o lançamento em dois meses no Brasil.
Nesta edição:
Tudo sobre a volta de “O Urso”
Uma preciosidade escondida no MAX
O que muda no Oscar com as novas regras
Para fãs de He-Man
Pixar a perigo
Música da Semana
Você certamente conhece alguma variação da frase “É como vinho. Fica melhor com o tempo.”
A ideia é a de que quanto mais velho for o vinho, melhor ele será.
É um sentimento bom de se ter, principalmente para quem está numa certa altura da vida.
Sem querer estragar a crise de meia-idade de ninguém, infelizmente o ditado não é correto.
Nem todo vinho é de guarda.
Não adianta colocar na adega um vinho simples, de estrutura frágil e com acidez e taninos baixos. Você vai abrir a garrafa, anos depois, e cuspir no primeiro gole. E vinhos aromáticos, como Sauvignon Blanc, e tintos delicados (Gamay), devem ser consumidos mais rapidamente.
Sim, há vinhos que vão encontrar o auge depois de dez anos numa garrafa. Alguns podem ser guardados por décadas, como bons exemplares de Bordeaux (Cabernet Sauvignon, Merlot), Barolo (Nebbiolo) e Borgonha (Pinot Noir). Rieslings e chardonnays mais complexos podem ser envelhecidos.
Mesmo assim, não significa que serão melhores que suas versões mais jovens.
Eles ficam mais equilibrados (taninos mais macios, acidez mais disfarçada) e começam a revelar seus aromas terciários derivados da maturação na garrafa, que podem ir de couro e salame a cogumelos e até gasolina (sim, característica dos bons riesling australianos). Eles geralmente perdem o sabor da fruta e se transformam em outro vinho, até na coloração -mais amarronzada.
Quem não está acostumado a tomar vinho com frequência tem boas chances de gostar de uma safra mais recente que antiga. É mais frutado.
Isso não significa que tem alguém errado nesta história.
Os viticultores modernos, em sua grande maioria, produzem vinhos feitos para consumo imediato. Tanto que, antes de colocarem à venda, passam anos maturando, quando necessário, seus vinhos internamente em barris ou barricas e, depois, nas garrafas.
É complicado mesmo.
Quem nunca comemorou uma ocasião especial num restaurante chique da moda, pediu aquele vinho caro e achou que não valeu o investimento?
Isso porque certos vinhos precisam de tempo na mesa, são tímidos. Mas deixe ele respirando quieto na dele por meia hora e você notará que começará a mostrar suas garras. Alguns mudam inteiramente do início do jantar à taça final.
Vinhos precisam respirar para se abrir.
Podem até ficar melhores, mas certamente ficam diferentes.
Assim como a segunda temporada de “O Urso”.
Vamos lá…