Ridley Scott apresenta seu "Napoleão"
Filme do cineasta veterano estreia nos cinemas na quarta (22) e traz Joaquin Phoenix como o Imperador Francês. Leia a crítica.
Não sei se é consequência da alimentação digital nas redes sociais, mas os filmes norte-americanos estão cada vez mais desconectados.
Cenas que falam com as outras e formam um filme coeso e compreensível são raras.
Há um movimento educacional de roteiro que alguns professores acreditam que cenas são pequenos filmes dentro de um grande longa-metragem.
Não é uma ideia maluca de estrutura, principalmente se você deseja manter o público preso em sua narrativa.
A teoria, porém, está sendo desvirtuada de forma radical. Muitos roteiristas estão fazendo pequenos filmes nas suas cenas, mas isolados dentro do próprio universo, sem pensamento no núcleo dramático da obra completa e com tons e objetivos próprios.
É a TikTokização do cinema.
Infelizmente (?), o julgamento dos filmes não pode ser feito baseado em cenas isoladas, mas no conjunto delas que forma um filme.
Até entendo a atração do formato.
Com a rapidez da comunicação visual atual, basta alguns segundos para você virar “meme” ou “icônica” ou “épica” ou “cringe”.
Gerentes de redes sociais de estúdios exploram essas iscas para jogar no oceano midiático cada vez mais revolto e incontrolável.
Mas quem quer uma revolução sem revolução?
“Napoleão”, que estreia nos cinemas brasileiros na quarta (22), talvez?