Steve McQueen tropeça em drama de guerra sem foco e frio
"Blitz", que estreia nesta sexta-feira (22), é uma das esperanças da Apple para o Oscar 2025.
“Blitz”, novo filme de Steve McQueen que entra no catálogo do Apple TV+ nesta sexta-feira, seria uma grande esperança para a gigante da tecnologia em termos de prêmio.
Mas tenho uma má notícia.
Tudo no drama está lá no cantinho certo: direção elegante, atuações na medida, direção de arte impecável, bela trilha sonora, fotografia grandiosa e efeitos visuais imperceptíveis.
Mas “Blitz” não engrena.
Muito pela escolha de McQueen de dividir o foco do roteiro em duas histórias paralelas sobre um menino de 10 anos (Elliott Heffernan) que tenta voltar para sua casa em Londres depois de ter sido evacuado pela mãe (Saoirse Ronan) para a segurança do interior durante os ataques aéreos alemães à Inglaterra, na Segunda Guerra Mundial.
Enquanto a saga do pequeno George é a verdadeira coluna emocional do longa, ela é prejudicada pela inútil jornada da sua mãe com um longo desperdício de atores em papeis sem desenvolvimento, caso de Paul Weller e, principalmente, Harris Dickinson. O filme se torna frio e confuso.
McQueen mostra um pouco do seu brilhantismo com fagulhas de inserções culturais caribenhas em certos momentos da trama, mas todas pálidas diante, por exemplo, de “Lovers Rock”, seu melhor episódio de “Small Axe”.
É um filme frio e desfocado. O cineasta parece mais interessado em fazer barulho (Oscar de som?) e construir uma fantasia sem ligação afetiva.
O tema talvez fale mais alto entre os votantes da Academia e pode pincelar algumas indicações, mas, pela reação dos votantes dos prêmios que estavam na minha sessão no cinema da poderosa agência CAA, não acredito que vá muito além dos Oscar técnicos.
Este pequeno texto foi retirado de uma newsletter para assinantes pagos de 25 de outubro com mais cinco análises de filmes candidatos ao Oscar 2025.
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