"Top Gun: Maverick" é a volta da ação sem cérebro dos anos 80! Já não era sem tempo.
Filme protagonizado por Tom Cruise tem cenas aéreas espetaculares e não exige diploma em passado para o espectador.
Quando o “Top Gun - Ases Indomáveis” original estreou, em 1986, ele representou o auge do cinema de ação daquela década: roteiro raso, um herói invencível, personagens secundários com pouca complexidade dramatúrgica, um romance obrigatório e cenas espetaculares que faziam todos os defeitos sumirem.
O filme de Tony Scott, especialista no gênero, custou apenas US$ 15 milhões de rendeu mais de US$ 350 milhões no mundo todo. Virou a maior bilheteria daquele ano. Tom Cruise se consolidou como astro. O mundo parecia tão simples.
Dois anos depois, um tal de John McClane fez tudo isso desmoronar com “Duro de Matar”, filme que atacava todos os clichês do herói de ação oitentista e, ao mesmo tempo, entregava espetáculo. Foi a chegada do herói crível e falível de Bruce Willis, dos vilões com propósito, dos personagens menores carismáticos que interferiam na trama, do roteiro acima de tudo.
O padrão “ação descerebrada dos anos 80” parecia morto e congelado em carbonite.
Mas o cinema é cíclico.
O pensamento de que uma sequência de “Top Gun” poderia não apenas render muita grana, mas também um bom filme, parecia insanidade.
Ironicamente, “Top Gun: Maverick”, que estreia na próxima semana nos cinemas brasileiros, é exatamente isso.
Talvez mais pelo estado do cinema atual do que pelas suas qualidades cinematográficas.
Explico.