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"Acompanhante Perfeita" traz sangue, robôs e reviravoltas
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"Acompanhante Perfeita" traz sangue, robôs e reviravoltas

Longa de Drew Hancock é mistura divertida de "O Exterminador do Futuro", "Megan" e "Mulheres Perfeitas". Mais: crítica (e tretas) de "Emilia Pérez"; e novos filmes e séries.

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Rodrigo Salem
Feb 06, 2025
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Nesta edição:

  • O humor subversivo de “Acompanhante Perfeita”.

  • Afinal, “Emilia Pérez” merece o ódio do brasileiro?

  • Novas séries que estou assistindo (e gostando) em 2025.

  • As tretas infinitas de “Emilia Pérez”.

  • Selton Mellon em vídeo de “Anaconda” e o que sei sobre o filme.

  • Música da semana.


Nos primeiros minutos de “Acompanhante Perfeita”, testemunhamos o nascimento de um lindo amor à primeira vista entre Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid).

Linda, educada, inteligente, amável. Ela pareceria areia demais para o caminhãozinho do parceiro. Seria um mistério que o roteiro investiria ao longo da projeção. Mas, infelizmente, como o pôster, o trailer e a premissa do filme entregaram para todos:

Iris é uma robô programada para amar seu “dono”.

Mas calma.

“Acompanhante Perfeita”, que estreia nesta quinta (6) nos cinemas brasileiros, poderia ter virado um imenso exercício de obviedades neste ponto. Ou um thriller de ficção científica sem novidades, uma atualização de “Esposas em Conflito/Mulheres Perfeitas” para os novos tempos de Inteligência Artificial.

Mas o longa do diretor e roteirista Drew Hancock dá guinadas sensacionais que força vários saltos entre gêneros. O que era ficção científica com ecos de “A Vida Depois de Yang”, vira um thriller de temática feminista. Em seguida, um slasher de humor negro no estilo “Megan” para jovens adultos. Um pouco depois, se transforma em um filme de ação de baixo orçamento com tributos e referências a James Cameron e “O Exterminador do Futuro”.

É um filme que desafia expecativas com reviravoltas hilárias e personagens tão superficiais quanto cativantes. Ao longo de pouco mais de 90 minutos, “Acompanhante Perfeita” vira uma montanha-russa levada por um roteiro divertido que pode derrapar na própria vontade de ser esperto -principalmente no primeiro ato-, mas que nunca entrega o tédio.


“Emilia Pérez” finalmente estreia nos cinemas do Brasil e os críticos com pensamento de manada poderão, enfim, emitir opiniões sobre o filme após, veja bem, assistir ao filme.

Incrível, não?

Escrevi e publiquei o texto abaixo no fim de outubro, quando Karla Sofía Gascón era uma das favoritas ao Oscar de Atriz e não havia falado mal de metade da população do planeta.

Mudaria pouquíssima coisa. O que achei do filme se manteve. Talvez amplificasse um pouco mais o espetáculo proporcionado por Zoe Saldaña. Mas é isso, uma ótima fábula cafona original e operística que muitos brasileiros adoram odiar. Eu não.

Vamos lá:

***

“Emilia Pérez” é grande aposta da Netflix para o prêmio principal do Oscar de 2 de março de 2025.

Sem a menor sombra de dúvida, é o filme mais surpreendente do ano.

Tanto que sugiro você pular o resto desta crítica para poder apreciar o longa em todo seu potencial -mesmo que não exista nenhum spoiler abaixo.

Veja só:

“Emilia Pérez” é um musical em espanhol dirigido por um francês (Jacques Audiard).

“Emilia Pérez” é um musical em espanhol dirigido por um francês (Jacques Audiard) sobre um poderoso chefe de cartel mexicano (Karla Sofía Gascón).

“Emilia Pérez” é um musical em espanhol dirigido por um francês (Jacques Audiard) sobre um poderoso chefe de cartel mexicano (Karla Sofía Gascón) que deseja mudar de sexo.

“Emilia Pérez” é um musical em espanhol dirigido por um francês (Jacques Audiard) sobre um poderoso chefe de cartel mexicano (Karla Sofía Gascón) que deseja mudar de sexo e pede a ajuda de uma advogada negra (Zoe Saldaña) menosprezada em seu trabalho.

“Emilia Pérez” é um musical em espanhol dirigido por um francês (Jacques Audiard) sobre um poderoso chefe de cartel mexicano (Karla Sofía Gascón) que deseja mudar de sexo e pede a ajuda de uma advogada negra (Zoe Saldaña) menosprezada em seu trabalho e com uma cantora pop (Selena Gomez) no elenco.

Maluquice.

O resultado é um cordel mariachi de estrutura insana e com uma cafonice exagerada que funciona que é uma beleza com as músicas da dupla francesa Camille e Clément Ducol. É tudo que “Coringa: Delírio a Dois” não é.

A Netflix, que colocou o filme no seu catálogo norte-americano em 13 de novembro (N. do Ed.: mas não comprou os direitos para o Brasil, que ficaram com a Paris Filmes), apostará em Gascón como Melhor Atriz, o que seria o primeiro Oscar para uma atriz trans da história, e Saldaña como coadjuvante.

Uma estratégia que só se explica pela concorrência, pois Saldaña é claramente a protagonista do filme e sua grande estrela.

Porém, uma ação compreensível, já que o peso é parecido e as três atrizes levaram o prêmio de atuação em Cannes.

Não sei como a Academia vai reagir à sua ousadia, mas ele parte como favorito disparado (N. do Ed.: não mais) para levar o Oscar de Melhor Filme Internacional representando a França. A única chance do brasileiro “Ainda Estou Aqui” é torcer para “Emilia Pérez” cair nas graças dos votantes para Melhor Filme, o que dividiria a preferência em longa estrangeiro (N. do Ed.: neste momento, com tantas controvérsias em torno de “Emilia Pérez”, o longa brasileiro se tornou favorito, mas a votação ainda não começou).

Não é uma obra perfeita, mas é refrescante, com canções maravilhosas e interpretações emocionantes.

Audiard pode ser acusado de tudo, menos de ser tedioso e previsível.


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Nesta sexta (7), estarei no Barker Hangar para acompanhar (de dentro) a festa de entrega do Critics Choice Awards. “Ainda Estou Aqui” concorre como Melhor Filme Estrangeiro, mas a campanha do longa brasileiro esquentou com o fim da votação do CCA, que tem grande maioria de críticos norte-americanos. Estarei na torcida, mas é azarão desta vez.

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Extra: o que estou assistindo neste 2025

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