As 10 melhores séries de 2023
Animações, dramas, fim da linha para fenômenos e muito mais em novo ano extraordinário para a "televisão" moderna.
Scott Pilgrim: A Série (Netflix)
O melhor exemplo de como explorar uma história já contada de uma maneira inovadora e surpreendente. A série animada da Netflix bebe tanto nos quadrinhos de Bryan Lee O'Malley quanto no filmaço de Edgar Wright que virou cult na última década. Criada por Lee O'Malley e BenDavid Grabinski, ela reimagina o que aconteceria com todos os personagens se Scott Pilgrim perdesse a luta contra o primeiro ex-namorado maligno de Ramona Flowers. Divertida, ágil, moderna e repleta de referências para fãs de HQs e animes. E ainda traz a melhor música de abertura do ano! Escrevi sobre ela no lançamento AQUI.
Silo (Apple TV+)
O sexto projeto sobre distopias do Apple TV+ é baseado na série literária homônima escrita por Hugh Howey e fala sobre a última civilização humana obrigada a viver em um silo subterrâneo com centenas de andares porque a Terra virou um deserto tóxico. Os 10 episódios da primeira temporada da série focam a investigação da engenheira de Rebecca Ferguson (“Duna”) em torno de uma misteriosa morte que coloca em perigo os segredos de todo o sistema desta comunidade. Uma mistura intensa de suspense noir com ficção científica que só tem um defeito: ainda não confirmaram a segunda temporada.
The Last of Us (HBO/MAX)
Quando falei, em janeiro passado, que “The Last of Us” era a melhor adaptação de um game para a televisão”, muita gente achou que eu estava louco. Algumas semanas depois, a maioria teve de concordar. A saga levada para as telas pelo roteirista Craig Mazin (“Chernobyl”) e apoiada pelo próprio criador do jogo, Neil Druckmann, mostrou como este tipo de projeto precisa saber se desvencilhar do material original e entender que faz parte de uma mídia diferente. A premissa até é batida: 20 anos depois do mundo ser atingido por uma praga fúngica que transforma os infectados em criaturas grotescas, Joel (Pedro Pascal) precisa atravessar os EUA com a garota Ellie (Bella Ramsay, revelação de “Game of Thrones” e ótima no papel), que pode ser a chave da cura para a humanidade. Mas Mazin consegue originalidade ao se aprofundar nas histórias paralelas emocionantes (quem não ficou com os olhos marejados com o episódio protagonizado por Nick Offerman e Murray Bartlett como os especialistas em sobrevivência Bill e Frank não tem coração) e cuidado para criar protagonistas verdadeiros e carismáticos.
Treta (Netflix)
Criada e escrita por Lee Sung Jin (roteirista da ótima “Dave”, que quase entrou no top 10), a série em 10 episódios mostra a progressão da briga entre um pobretão (Steven Yeun) e uma empresária bem-sucedida (Ali Wong) depois de uma simples discussão de trânsito. “Treta” não é apenas incrível por ser engraçada e surpreendente, mas por trazer personagens secundários exóticos que nunca são desperdiçados nesta trama de vingança que fala sobre guerra de classes, imigração, privilégios e arte. Tem mais sobre ela AQUI.
Jury Duty (Amazon Prime Video)
Gosto de pegar no pé do EMMY por causa da sua falta de ousadia. Mas preciso admitir que não teria visto uma das comédias mais inesperadas do ano se ela não tivesse sido indicada ao prêmio da Academia de Televisão, neste ano. A comédia criada por Lee Eisenberg e Gene Stupnitsky (roteiristas de “The Office”) é uma imensa pegadinha de luxo: a série produz todo um julgamento de mentirinha (do juiz aos guardas) e coloca uma pessoa de verdade para servir como parte do júri, sem saber exatamente o que está acontecendo -ela só acha que estão fazendo um documentário sobre a justiça americana sob o ponto de vista dos jurados. A ideia maluca não funciona apenas pela presença de James Marsden como uma versão egocêntrica dele mesmo, mas pela escolha do “pato” real, Ronald Gladden, sujeito boa-praça, inteligente e carismático. Os ótimos personagens coadjuvantes também adicionam um tempero extra ao programa. Leia mais sobre ela AQUI.
Samurai de Olhos Azuis (Netflix)
Muitos roteiristas não teriam futuro se “Lanterna Verde” estivesse no currículo, mas não é o caso de Michael Green.