"Duna: Parte 2 é um filme de guerra", diz o diretor Denis Villeneuve
Especial: cineasta canadense abre o jogo sobre seu novo longa, da cena mais desafiadora da sequência ao futuro do cinema.
Nesta edição:
Denis Villeneuve fala sobre “Duna": Parte 2”
Diretor de “Chernobyl” encontra Adam Sandler
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Em meio a notícias de massacres e da evangelização das polícias brasileiras por parte da igreja Universal, “Duna: Parte 2” se torna cada vez mais relevante para o mundo de hoje, como escrevi na minha crítica, semana passada.
Não é preciso ter a perspicácia de Sherlock Holmes para compreender que estamos vivendo uma Guerra Santa descentralizada e “invisível” que aos poucos vai mostrando suas ramificações políticas, sociais e militares.
O filme fala sobre fanatismo e o perigo de falsos profetas. Assim como o livro o fez, décadas atrás, e ousou sair dos clichês da “jornada do herói”.
A crítica norte-americana, na sua grande maioria, não se atentou a esse viés da trama. Preferiu focar na “grandiosidade”, no “espetáculo” e na “ação” da sequência.
“‘Duna: Parte 2’ é um alerta, não é uma celebração de Paul, que se torna algo que ele criticava. Paul trai o próprio povo pelo qual se apaixonou”, confirma o diretor Denis Villeneuve em uma entrevista mediada para a Critics Choice Association, da qual faço parte.
Fiz uma pergunta relacionada à religião. Não foi escolhida por quem selecionava as questões (estúdio?). Não imaginava outra coisa. Qual empresa gostaria de falar sobre religião no meio de um lançamento de um blockbuster de quase US$ 200 milhões?
Segue o jogo.
Ainda assim, a entrevista com o canadense de Quebec rendeu bons tópicos.
Seleciono 10 deles para vocês se divertirem antes e depois de irem ao cinema.
“Faço o possível para criar filmes que alcancem todo o seu potencial no cinema”, exalta o cineasta.