Veloz e Furiosa!
Uma espécie de "Kill Bill" sobre rodas, novo filme da franquia "Mad Max" revela um extravagante Carnaval do fim do mundo.
Nesta edição:
Será que o mundo vai adotar “Furiosa”?
Minissérie traz caso real que pode ser o “Argo” reverso.
Fãs de “O Senhor dos Anéis” ficam entre o medo e a alegria.
Curtinhas: Coppola divide Cannes, “GTA 6”, renovações.
Música da semana
Entre brigas, adiamentos, mudanças de atores, viagens sem permissão do estúdio e recados da natureza, “Mad Max: Estrada da Fúria”, quarto filme da saga pós-apocalíptica de George Miller, se tornou o blockbuster mais improvável desde “Titanic”.
A treta rendeu até um ótimo livro chamado “Blood, Sweat & Chrome: The Wild and True Story of Mad Max: Fury Road”, de Kyle Buchanan.
Cobri o filme de perto e escrevi sobre a experiência em março de 2022, além de descrever um pouco a confusão: como a Warner não tinha a mínima ideia do que possuia nas mãos às entrevistas que fiz com Miller, Charlize Theron e Tom Hardy em um hotel de luxo nas redondezas de Cannes.
Em 2015, Miller me falou que “o futuro parece cada vez mais a idade média” e que ainda não estava pensando num quinto capítulo da saga “Mad Max”.
"Não me pergunte isso. É como perguntar para uma mulher que acabou dar à luz se ela quer ter um outro filho”, disse o cineasta, na época com 70 anos.
Miller ainda estava incerto, porque seu estúdio estava incerto.
Quase 30 anos separavam “Estrada da Fúria” de “Mad Max - Além da Cúpula do Trovão” (1985). E muitos cérebros em estúdios não entendem mais de cinema, apenas de números.
Mas o longa rendeu quase US$ 400 milhões no mundo todo e foi indicado a dez Oscar, levando seis estatuetas para casa.
Não demorou muito tempo para o diretor dar à luz um novo “Mad Max”, inicialmente chamado de “The Wasteland”.
Nove anos depois, a rebenta nasceu.
Se chama “Furiosa”.
É a origem da personagem interpretada por Charlize Theron em “Estrada da Fúria”, mas agora com Anya Taylor-Joy no papel principal.
E George Miller, aos 79 anos, não poupou nada neste nascimento.